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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Travessia de Verão (Truman Capote)
"Finalmente
chega a hora em que a pessoa se pergunta, o que foi que eu fiz? E para ela essa hora havia chegado naquela manhã à mesa do café quando Apple, ao ler a carta em voz alta, mencionara essa parte sobre o vestido; esquecendo-se de que não queria aquele vestido, e sabendo apenas que agora nunca iria usá-lo, ela desceu desabalada a escadaria de uma nova e misteriosa dor: o que foi que eu fiz? O mar perguntava a mesma coisa, gaivotas estridentes arremedavam o mar. A maior parte da vida é tão deliciosa que sequer vale a pena falar nela, e é tediosa em todas as idades. Quando trocamos nossa marca de cigarros, quando nos mudamos para um bairro novo, quando assinamos um novo jornal, quando nos apaixonamos e nos desapaixonamos, estamos protestando de maneiras que são ao mesmo tempo frívolas e profundas contra o tédio indissolúvel da vida cotidiana. Infelizmente, qualquer espelho é traiçoeiro, e reflete em algum ponto de cada aventura o mesmo rosto frívolo e insatisfeito, então quando ela pergunta o que foi que eu fiz? - na verdade quer
dizer o que estou fazendo? - como geralmente acontece."
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