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domingo, 23 de agosto de 2015
Nelson Rodrigues 103 anos!
Nelson Falcão Rodrigues nasceu em Recife
no dia 23 de agosto de 1912;
Foi o quinto filho dos catorze do casal Maria Esther Falcão e Mário Rodrigues. Seu pai era jornalista e proprietário do jornal "A Manhã". Em 1916, enfrentando problemas políticos, seu pai resolve se mudar com a família para o Rio de Janeiro
;
Aos sete anos, em 1919, pediu à sua mãe para ir à escola. Foi matriculado na escola pública Prudente de Morais, a dois quarteirões de sua casa. Aprendeu a ler rapidamente e era por isso elogiado por sua professora. Em 1920 ocorreu um fato que, depois, se transformou num dos favoritos do escritor: o do concurso de redação na classe. A professora passou a lição: cada aluno deveria escrever sobre um tema livre. A melhor redação seria lida em voz alta na classe. Finda a aula, as composições foram entregues. A professora quase foi ao chão com o trabalho de Nelson: era uma história de adultério;
Em contato com a imaginação fértil do futuro escritor, a realidade da zona norte carioca, com suas tensões morais e sociais, serviu como fonte de inspiração para a construção de personagens memoráveis e
histórias carregadas de lirismo trágico;
Aos 13 anos, ingressa na carreira de jornalista, trabalhando como repórter policial no jornal de propriedade de seu pai. Os relatos de crimes passionais e pactos de morte entre casais apaixonados incendiavam a imaginação do adolescente romântico, que utilizaria muitas das histórias reais que cobria em suas crônicas futuras;
Lado a lado com o teatro, o jornalismo foi para ele um ambiente privilegiado de expressão. Dentre seus textos propriamente jornalísticos, destacam-se aqueles dedicados ao futebol, em que empregou toda sua veia dramática, transformando partidas em batalhas épicas e jogadores em heróis. Trabalhou nos mais diversos jornais e revistas, assinando artigos e crônicas, como a popular e discutida coluna “A Vida Como Ela
É…”;
O teatro entrou na sua vida por acaso. Uma vez que se encontrava em dificuldades financeiras, achou no teatro uma possibilidade de sair da situação difícil em que estava. Assim, escreveu, em 1941, "A mulher sem pecado…", sua primeira peça. Segundo algumas fontes, Nelson tinha o romance como gênero literário favorito e suas peças seguiram essa predileção, pois as mesmas são como romances em forma de texto teatral;
Em 1943, foi consagrado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro: sua segunda peça, "Vestido de Noiva", montada por um grupo amador, dirigida pelo polonês recém-imigrado Ziembinski e com cenários de Tomás Santa Rosa, revolucionava a maneira de se fazer teatro no Brasil. Sua peça seguinte, "Álbum de Família", de 1946, que trata de incesto, foi censurada, sendo liberada apenas duas décadas depois. Dali em diante, sua obra despertaria as mais variadas reações, jamais indiferença;
Começou a escrever folhetins em 1944, em "O Jornal", como Suzana Flag. O codinome foi criado em parceria com Freddy Chateaubriand, redator-chefe da revista O Cruzeiro, outro veículo dos Diários Associados, grupo que pertencia ao tio de Fred, Assis Chateaubriand. Coube ao redator-chefe de O Cruzeiro incluir o sobrenome Flag ao lado de Suzana, nome já pensado pelo dramaturgo, que queria dissociar as novelas vendidas em bancas do Rio de Janeiro da produção feita para o palco. Em 1949, criou outro pseudônimo feminino, Myrna. Dessa vez, além de escritora, a personagem-autora era também “conselheira sentimental”, respondendo dúvidas para as leitoras que lhe mandavam cartas;
A coluna "A Vida como Ela É...", foi publicada por dez anos, de 1951 a 1961, no jornal Última Hora, e depois por dez meses, de setembro de 1961 a julho de 1962, no Diário da Noite, de onde ele voltaria para O Globo para escrever sobre futebol, viu nascer uma infinidade de personagens inesquecíveis. Desfilaram ali, entre outros, o canalha que não respeita nem a própria cunhada e lhe tasca um beijo no pescoço ao passar pelo corredor, e a estagiária de jornalismo que usava sandálias e exibia o calcanhar sujo;
Também foi importante cronista esportivo e seus escritos ajudaram na construção do Brasil como país do futebol. Em suas crônicas, procurava entender os motivos da baixa-estima dos brasileiros, que os afetava em todos os campos de atuação, não só no futebol, e encontrar soluções para sua superação, em suma, Nelson identificou o “complexo de vira-latas”. Criou a expressão "pátria de chuteiras", que no início foi contestada pelo João Saldanha (jornalista, escritor e treinador de futebol). João não aceitava essa ideia do Nelson de que o futebol era a tradução da pátria brasileira. A célebre frase do escritor e jornalista brasileiro, tem origem em várias de suas obras sobre futebol, entre elas, as coletâneas de crônicas, intituladas “A Pátria em Chuteiras” e “À sombra das
chuteiras imortais”;
Também na literatura, assim como fez no teatro, partiu da vida do homem comum para tratar de temas universais. Entre romances, contos e crônicas publicou mais de 30 livros. Morreu no Rio de Janeiro, em 1980, aos 68 anos. Além dos romances, contos e crônicas, deixou como legado 17 peças que, vistas em conjunto, colocam-no entre os grandes ícones da cultura brasileira.
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