Karen Blixen 130 anos!

Karen Christence von Blixen-Finecke nasceu na Dinamarca em 17 de abril de 1885;

Filha de um escritor, quando criança queria ser pintora e chegou a frequentar escolas de arte;

Aos 22 anos começa a publicar contos nas revistas Tilskueren e Gads danske Magasin;

Em 1914, muda-se para o Quênia na África (então colônia inglesa) após se casar com o barão Bror von Blixen-Finecke, seu primo e, curiosamente, irmão gêmeo do seu ex-namorado;

Na África, conheceu e se apaixonou por Denys Finch Hatton, um piloto do exército britânico e caçador. Se divorciou do barão em 1925 e viveu com Denys até ele morrer em um acidente de avião em 1931;

Depois da morte de Denys, retornou à Dinamarca e voltou a se dedicar à literatura, usando o pseudônimo de Isac Dinesen;

Antes do retorno à Dinamarca, escreveu "A Vingança da Verdade", publicado em 1926;

Após o retorno à terra natal, seu primeiro livro foi "Sete Narrativas Góticas, publicado em 1934;

Em 1937, publica o terceiro e mais conhecido livro "A Fazenda Africana". Em 1985, o romance foi adaptado para o cinema com direção de Sydney Pollack e com Meryl Streep e Robert Redford nos papéis principais;

"Anedotas do Destino", seu último livro foi publicado em 1958. O livro reúne cinco contos, dentre os quais "A Festa de Babette", adaptado para  o cinema em 1987 e vencedor do Óscar de 1988 na categoria de melhor filme estrangeiro;

Em 1959, viaja pelos Estados Unidos sendo homenageada por escritores como E.E. Cummings, Marianne Moore, Pearl S. Buck, Carson McCullers e Arthur Miller. Morreu em 1962 aos 77 anos na propriedade da família em sua cidade natal. Em abril de 1985, foi homenageada: um asteroide foi batizado com seu nome, o "3318 Blixen".

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A festa de Babette (Karen Blixen)

"Babette chegara exaurida e com olhar esgazeado, como um animal sendo caçado, mas, em seu novo ambiente de cordialidade, logo adquiriu a aparência de uma criada confiável e respeitável. Antes, parecera uma mendiga; agora, mostrava-se uma conquistadora. As feições serenas e o olhar firme e profundo tinham qualidades magnéticas; sob seus olhos, as coisas se moviam, sem fazer ruído, para o lugar apropriado."

"Mas é uma francesa e descobrirão que, mesmo em sua miséria, ainda encontra desembaraço, grandeza e estoicismo. (...) Em momentos como esse percebiam que Babette era profunda e que no abismo de seu ser havia paixões, havia lembranças e desejos sobre os quais nada sabiam."

"Já lhes disse que sou uma grande artista. Uma grande artista, madames, nunca é pobre. Temos algo, madames, a respeito do qual as outras pessoas não fazem a menor ideia."

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A fazenda africana (Karen Blixen)

"A vizinhança da Reserva de Caça e a presença, além da divisa, de animais de grande porte conferiam à fazenda um caráter peculiar, como se fôssemos vizinhos de um grande soberano. Havia por lá seres muito orgulhosos e dava para sentir sua proximidade. O bárbaro tem em alta conta o próprio orgulho, e odeia, ou vê com desconfiança, o orgulho nos outros. Eu serei uma criatura civilizada, vou amar o orgulho de meus adversários, de meus criados e de meu amante; e minha casa será, com toda a humildade, um local civilizado no meio do deserto. Orgulho é a fé na ideia que tinha Deus ao nos conceber. Um homem orgulhoso tem consciência dessa ideia e procura realizá-la. Não luta para obter a felicidade ou o conforto, talvez irrelevantes para a concepção que Deus tem a nosso respeito. Seu êxito está na bem-sucedida realização da ideia divina e é alguém apaixonado por seu destino. Assim como o bom cidadão encontra a felicidade no cumprimento de seu dever para com a comunidade, do mesmo modo o homem orgulhoso encontra a felicidade no cumprimento de seu destino."

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