Livraria Cultura

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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Ao Farol (Virginia Woolf)




























"É permissível, mesmo a um herói à beira da morte, pensar, antes de morrer, que os homens falarão dele dali por diante. Sua fama duraria dois mil anos talvez. E que são dois mil anos (perguntou o Sr. Ramsay ironicamente, mirando a sebe)? O que são, na verdade, se você olha do alto de uma montanha para o longo passar dos séculos? Até mesmo a pedra que a pessoa chuta com a bota perdurará além de Shakespeare.(...) Se Shakespeare nunca houvesse existido perguntou-se seria hoje o mundo muito diferente do que é? Será que o progresso da civilização depende dos grandes homens? Seria o destino do ser humano médio melhor hoje do que no tempo dos Faraós? Contudo, continuou se indagando, será o destino do ser humano médio o critério para julgarmos a civilização? Possivelmente não. Possivelmente o bem-estar da humanidade exige a existência de uma classe de escravos. O ascensorista do metrô é uma necessidade eterna. Esse pensamento lhe foi desagradável. Sacudiu a cabeça. Para evitá-lo, acharia algum modo de se opor à superioridade das artes. Argumentaria que o mundo existe para o ser humano médio, que as artes são mera decoração imposta à vida humana e que não a expressam. Nem Shakespeare é necessário."









































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