Livraria Cultura

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Clarice Lispector 95 anos!







































Haia Lispector nasceu na Ucrânia em 10 de dezembro de 1920;









O seu nascimento ocorre durante viagem de emigração da família em direção à América. Os pais, judeus, que moraram em Savran, decidem emigrar três anos após a Revolução Bolchevique de 1917;








A família desembarca em Maceió em março de 1922. Aqui eles adotariam novos nomes. À exceção de Tania, todos, por iniciativa de Pinkouss, mudariam de “identidade”: o pai se tornaria Pedro; Mania, Marieta; Leia se transformaria em Elisa; e Haia – que significa vida, ou clara –, em Clarice;








Em 1925, a família muda-se de Alagoas para Pernambuco. Aos 7 anos, aluna da primeira série do curso primário no Grupo Escolar João Barbalho, Clarice Lispector aprende a ler. Entre as leituras de Clarice na infância encontra-se "Reinações de Narizinho" de Monteiro Lobato;








Em 1931, aos 11 anos, envia, sem sucesso, vários contos para a seção “O Diário das Crianças” do jornal Diário de Pernambuco, e a razão para os escritos não serem publicados é uma só, conforme afirmará mais tarde: suas histórias não falavam de “fatos”, mas de “sensações”;








Em 1935, muda-se com a família para o Rio de Janeiro. Em 1938 começa a trabalhar como professora particular de português e matemática. Em 1939, ingressa na faculdade de Direito, depois de passar em quarto lugar no vestibular, e passa a trabalhar como secretária em um escritório de advocacia;








Nesse período, passa a ler livros selecionados segundo os títulos, numa biblioteca de seu bairro entre eles, "O Lobo da Estepe", de Hermann Hesse, que escolheu pensando ser romance de aventuras e que a impressiona muito. Inspirada pela obra, escreve um conto cuja história não acaba nunca e que mais tarde ela destruiria. Lê também Julien Green e Dostoiévski, além de autores da literatura portuguesa, como Júlio Dinis e Eça de Queiroz, e hedonistas brasileiros, como Machado de Assis, José de Alencar, Graciliano Ramos, Jorge Amado e Rachel de Queiroz;








Em 1940, publica no semanário Pan o conto “Triunfo”. A narrativa traz temas que serão recorrentes na ficção de Clarice: as dificuldades do relacionamento amoroso, relatadas a partir das sensações de uma mulher que, abandonada pelo marido, em sua solidão descobre a força interior. Enquanto cursa o terceiro ano de Direito, continua a publicar na imprensa tanto textos jornalísticos como literários;








Em 1943, aos 23 anos, naturaliza-se brasileira, casa-se com Maury Gurgel Valente, seu colega na faculdade e publica seu primeiro livro, "Perto do Coração Selvagem". O livro recebeu o prêmio Graça Aranha de melhor romance;








Em 1944, acompanhando seu marido diplomata, vai morar na Europa. Em 1946 publica "O Lustre";









Em 1949, retorna ao Rio de Janeiro e publica "A Cidade Sitiada". Em 1959, separada do marido, assume a coluna "Correio Feminino", no jornal carioca Correio da Manhã, sob o pseudônimo de Helen Palmer;








Publica na sequência: "Laços de Família" (1960), "A Maçã no Escuro" (1961), "A Paixão segundo G. H." (1964), A Legião Estrangeira (1964) e "Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres" (1969);








Em 1966, ocorreu um acidente que mudou em definitivo sua vida. No dia 14 de setembro, adormeceu com um cigarro aceso, provocando um incêndio, descoberto por uma vizinha que vira de sua janela, do outro lado da rua, a fumaça que saía do apartamento. O quarto ficou completamente destruído, e a autora, com graves queimaduras pelo corpo. Passou três dias sob risco de morte e dois meses hospitalizada na clínica Pio XII. A mão direita foi a parte mais afetada, sofrendo queimadura de terceiro grau e, não fosse por intervenção de uma das irmãs de Clarice, pedindo que esperassem mais um dia, os médicos a teriam amputado. Em lugar disso, recebeu enxerto de pele do abdômen, seguido de fisioterapia para recuperar os movimentos, que, no entanto, ficaram comprometidos, dificultando em muito a escrita;








Em 1970, começa a escrever um novo romance, com o título provisório de "Atrás do pensamento: monólogo com a vida". Mais adiante, é chamado "Objeto gritante". Foi lançado com o título definitivo de "Água Viva" (1973). Em 1971, publica a coletânea de contos "Felicidade Clandestina," volume que inclui o famoso "O Ovo e a Galinha";








Em 1977, é contratada pelo jornal Última Hora para assinar uma crônica semanal. Nesse mesmo mês, concede entrevista a Júlio Lerner, da TV Cultura de São Paulo. Publica, em outubro, seu último livro, a novela "A Hora da Estrela";








Morreu de câncer no dia 9 de dezembro de 1977, véspera de seu aniversário às 10h30. É uma sexta-feira e, em observância às leis judaicas quanto ao shabat, não pode ser sepultada. O enterro, no Cemitério Comunal Israelita, no bairro carioca do Caju, acontece, então, no dia 11, domingo. Em 28 de dezembro, às 20h30, a TV Cultura leva ao ar a entrevista de Clarice Lispector, atendendo solicitação da escritora, que, no final daquele encontro, pedira ao entrevistador que o programa só fosse transmitido postumamente;







Tem um estilo literário inconfundível, presente em toda sua obra. A renovação da linguagem se encontra constante num grau que aproxima a prosa da poesia. Seus textos, não apenas narram histórias, mas também apresentam a síntese e a força expressiva típicas da poesia. Além da linguagem, outro aspecto inovador na sua obra é a visão do mundo que surge de suas histórias. Mesmo tendo se iniciado como escritura numa época em que os romancistas brasileiros estavam voltados para a literatura regionalista ou de denúncia social, Clarice enfoca em seus textos o ser humano em suas angústias e questionamentos existenciais. Em suas narrativas, o enredo, bem como as personagens, as referências de tempo e espaço ganham novos significados: o enredo é quase sempre psicológico. O tempo e o espaço, por sua vez tem pouca influência sobre o comportamento das personagens; o tempo é psicológico e espaço é quase acidental. Recentemente, Uma coletânea de contos de Clarice Lispector entrou para a lista dos 100 melhores livros de 2015 do jornal The New York Times. "The Complete Stories" foi o título dado à coleção, que foi publicada pela primeira vez nos Estados Unidos, em julho passado.







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