"(...) eu ansiava por um poder da visão que ultrapassasse aquele limite; que alcançasse aquele mundo movimentado, e as cidades, lugares cheios de vida sobre os quais ouvira falar mas que nunca vira: desejava mais experiências práticas do que as que possuía; mais comunicação com meus pares e o conhecimento de diversas personalidades maior do que a que estava ao meu alcance. Eu valorizava o que havia de bom na senhora Fairfax e o que havia de bom em Adele, mas acreditava na existência de outros tipos de bondade, mais vívidos, e desejava ter contato com aquilo em que eu acreditava. Quem me culpa? Muitos, sem dúvida, e me chamarão de insatisfeita. Não podia evitar: a inquietação era da minha natureza; às vezes tanta agitação me doía... É inútil afirmar que os seres humanos se satisfarão com a tranquilidade: eles precisam de ação; e vão provocá-la se não a encontrarem. Milhões estão condenados a um destino mais estanque que o meu, e milhões se revoltam silenciosamente contra o seu quinhão. Ninguém sabe quantos rebeldes fermentam as massas de vida que povoam a terra. Supõe-se que em geral as mulheres sejam muito calmas: mas as mulheres sentem da mesma forma que os homens; precisam de exercício para suas faculdades e de um campo de atuação para seus esforços tanto quanto seus irmãos; sofrem com restrições rígidas, estagnações absolutas, da mesma forma que sofreriam os homens; e o fato de seus pares mais privilegiados dizerem que elas deveriam se confinar a assar bolos e cerzir meias, tocar piano e bordar bolsas, não passa de mesquinhez. É leviano condená-las ou rir-se delas se elas procurarem fazer ou aprender mais do que os costumes impuseram a seu sexo."
"Eu não sou um pássaro e nenhuma rede me prende; eu sou um ser humano livre com uma vontade independente."
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